terça-feira, 12 de dezembro de 2006

E tudo o que vier no barco da simplicidade

Talvez mais do que lasanha, talvez menos. Significativamente, isto é fato. Tudo fica mais fácil quando se é solto das correntes do óbvio, do simples. Ousar, experimentar, cutucar, descobrir. Esses são os ases da vez.

O perigo é viciar na brincadeira, antes mesmo que os primeiros dados comecem a rolar. Perigoso de fato é quando se descobre que não há vencedor ou perdedor. Aí é que é que a brincadeira torna-se instigante. Tudo é muito legal e interessante até que subitamente (ou não tão subitamente assim) uma voz emerge do interior: “Melhor ir com calma”. Sussurro este oriundo de quem joga o dado, antes mesmo de consultar as regras em vigor.


Algumas variáveis ao longo do percurso tornam este prazer às vezes um pouco confuso, sinuoso, incerto. Mas para os teimosos, persistentes e decididos, isso é um prato cheio.

Certas coisas começam a fazer sentido, e neste momento até você pode perceber que o jogo é bem simples. Nesta modalidade não há espaço para contradições, já que a simplicidade e sinceridade podem até decidir alguns quilômetros pra frente.

Uma última dica. Procure não deixar passar cada um dos pequenos momentos, dos curtos minutos e das mínimas atitudes, pois se forem as únicas coisas que lhe restarem ao final, não as considerem cicatrizes de guerra e sim medalhas de honra.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

E se...

Ele diz, para o outro, muitas coisas sobre ela. Finge que o mais anormal não foge a realidade, e que os pequenos detalhes não o incomodam. Mas quem o conhece sabe o quanto isto não é verdade.

Ele pensa, e pensa novamente, mas não abre mão da segurança que as atitudes defensivas lhe trazem. Respeitar em demasia uma pessoa, nunca havia sido um problema, até então, mas nem seus 64 anos de experiências amorosas foram suficientes para confortá-lo no momento.

O pobrezinho se sente como um criança, em meio a um turbilhão de emoções e sensações, inexplicáveis, segundo o mesmo.

Eis que então, a criatura atenta-se para um fato. Após meses sentado, assistindo a vida passar, surge um motivo para se aventurar novamente. São poucas as fichas que garantem a segurança num jogo arriscado, mas para um bom jogador, acima de tudo, um olhar é a única coisa que separa um campeão de um bom blefador.

Talvez o rapaz não seja um ou o outro, mas suas boas intenções o levarão a algum lugar. Esses são os votos de quem torce para uma história com final feliz.

Em nome dele, agradeço a um jovem escritor, fiel escudeiro, que o auxilia quase que diariamente em seus pensamentos mais profundos.

sábado, 29 de julho de 2006

Palavras da sabedoria

Inexistente redução, pois são desconhecidas baixas rotações... Sim, é impossível... Rebaixar o que respira por conta própria...

O mais simples existir sem algum motivo é auto-suficiente... O suficiente pra segurar... A sensação do que se mostra inatingível... Pois tudo se apóia, num patamar do ego, invisível, mas ao mesmo tempo concreto.

Mais uma vez caímos na velha história... Das pequenas coisas na vida de um homem... Ou alguém que luta para chegar lá... Lutar não... Alguém que espera chegar lá... Por qualquer que seja o motivo...

A esperança por compreensão e razão adoeceu na adolescência... Mas o ideal é mais saudável que qualquer ser que faça parte deste meio, deste ciclo...

Neste momento as mais simples palavras são complexas como uma existência completa... E a mais virtuosa teoria não passa de uma simples idéia vaga...

Certas situações nos fazem enxergar o mundo panoramicamente, mas os pronomes possessivos desaparecem à medida que surgem os primeiros reflexos de quem realmente somos... Pequenos demais para entender... Grandes demais para aceitar...

terça-feira, 18 de julho de 2006

Eu juro, nunca me aconteceu antes...

Sabe quando te dá aquela vontade enorme de escrever e você pensa em um milhão de assuntos, mas acaba desistindo de todos eles !? Entra no blog dos seus amigos para correr o risco de um raio cair na sua cabeça e te iluminar...mas isto também não acontece !

Você escuta alguns de seus pensamentos, mas nem isso te inspira. Abre a janela, olha pro céu, e desencana, pois hoje apenas dois adjetivos podem descrevê-lo: escuro e sem graça. Pega o telefone, dá uma olhada na agenda...Mas deixa pra lá...Diríamos que você já foi alguém mais paciente!

Hoje quer apenas fazer tudo e nada, com todos e sozinho! Quando começa a tocar Ramones você se empolga, mas como não é hora pra isso, troca por Nenhum de Nós ! O relógio mostra que se passaram apenas 4 minutos desde que começou a digitar, mas infelizmente, nada até agora escreveu...

Apesar de sentir que hoje era o grande dia para se transmitir uma mensagem importante, ou ao menos relevante, você começa a aceitar a sensação de incompetência, que apesar de não tão frequente, é sem dúvida muito marcante.

Talvez ler seja a solução, mas as obras que foram iniciadas não te excitaram hoje! Você tenta pensar em alguma outra coisa, mas a velha dobradinha da cerveja com o marlboro na varanda sobem a sua cabeça, aos poucos.

Você não quer se entregar, mas ao mesmo tempo se imagina naquela varanda. Divindo aquele minúsculo retângulo com a cerveja, o marlboro e quem sabe...até o telefone e o livro ! É difícil admitir que você tem apenas duas fontes de inspiração, mas por outro lado, imagina que pior seria se você não as tivesse.

Foi só pensar nisso que a atmosfera mudou completamente. Aquele maldito relógio já marca 12 minutos, e você percebe que o fruto disto, até o momento, são inexplicáveis seis parágrafos e meio. Aliás, sete, pois este acaba por aqui.

Ramones volta para a caixa de som, ao mesmo tempo em que algumas pessoas te procuram no MSN, mas você ignora, afinal, concluir o que você iniciou passou a ser questão de honra! Neste momento uma dúvida vem a sua cabeça, e você resolve deixá-la para os seus poucos, porém queridíssimos leitores. Seria a vida uma linda tragédia ou apenas uma história sem graça !?

Pensarei a respeito, lá na varanda...

quarta-feira, 12 de julho de 2006

A primeira parte de uma história sem continuação...

Se aquele menino soubesse a sorte que lhe aguardava, com certeza não teria se escondido. Todos tentaram alertá-lo, mas o pobre rapaz teimou em não dar ouvidos...Atitude até esperada, para um juvenil sobrevivente de guerra.

O tempo necessário para curar as cicatrizes foi, sem dúvida, muito menor que o tempo gasto para conseguir olhar as pessoas nos olhos novamente....Uns dizem que é a vergonha pela batalha perdida, já outros, dizem que é a raiva, consequencia da solidão que lhe foi imposta.

Hoje a sorte do rapaz bateu a minha porta, logo pela manha. Ainda atordoado pelo porre de ontem a noite, demorei para compreender o que estava realmente acontecendo. Entre goles frios de café, sem açúcar, e cinzas do cigarro amassado que caíam sobre a mesa, a conversa tomou um rumo diferente.

A sorte, aos prantos, buscava afago em meu ombro, e eu nada lhe ofereci em troca, a não ser outra xícara do maldito café. Uma sensação de impotência me consumiu completamente, por não poder colaborar de forma alguma com aquele curioso ser...

Consultei brevemente o meu histórico de aprendizado e constatei que nunca ninguém me ensinou a guiar a sorte de outras pessoas....E eu realmente tentei explicar isso à pequena....Mas assim como o seu destinatário, ela não me deu ouvidos.

Compromissos de terno e hora marcada me aguardavam, por isso, não restou outra solução a não ser abrir a porta, e pedir por sua partida. Já que seu telefone estava pendurado em minha geladeira, poderia contactá-la quando tivesse qualquer nova informação.

Alguns dias se passaram, mesmo com o relógio teimando em não correr, porém nenhuma pista do menino...A sorte também não me procurou....E toda esta situação me fazia pensar cada vez mais e mais...

Ainda não descobri se o início de tudo isso foi a cabeça dura, ou o coração vazio, mas de forma avassaladora evoluiu neste quarto fechado uma admiração, sem um porque, um encantamento, vago, porém sincero. A mais bela duvida que pairou sobre estes ares carregados...

A melodia que ele adorava não sai da minha cabeça, assim como o sorriso dela.....O sorriso dela ao olhar para ele...Por alguns instantes consegui suspirar imaginando um punho de areia, algumas flores ao vento, a sorte e o seu cheiro....duas mãos dadas...

Mas nunca conseguirei terminar o conto se o menino não voltar....para seguir o seu destino....assumir o seu lugar, e carregar sua nova cruz...Por isso vou partir, atrás do menino, e esperar que em algum lugar desta jornada, a sorte me encontre...

terça-feira, 11 de julho de 2006

Bem ! Muito bem !

Nem todas as madrugadas são iguais, definitivamente. Boas são aquelas em que logo após a meia noite, se arruma um ótimo motivo para uma acalorada discussão até instantes antes do nascer do Sol.

Subtraindo o incomodo por perder o centro gravitacional, e berrar loucamente, enquanto outros seres humanos dormem, não tão tranquilamente, para encarar mais um dia de trabalho duro, no dia que os espera.

Porque será que é tão difícil fazer com que as pessoas entendam quem está com a razão ? Parece tão difícil quanto admitir que estamos errados...Se bem que.....ao 40 do segundo tempo, estar certo não significa mais nada...Ofensas já foram feitas, casos jogados na cara e a roupa lavada da forma mais suja possível....

Mas....isso não é de todo ruim....As vezes é muito bom botar pra fora.....Tanto o que está guardado, quanto o que acabou de entrar pela orelha vermelha e que ainda não foi digerido.

Discutir é uma arte ! A arte de se enrolar com as próprias palavras ao tentar convencer alguém de que 2 + 2 nem sempre são 4 !

O sarcasmo é fundamental nestas horas.....Pois se não souber utiliza-lo, não conseguirás irritar a outra metade da conversa com tanta classe.....E se sentir bem por isso, muito bem !

Finalmente chega a hora de deitar a cabeça pesada no travesseiro.....E aí vem o alívio....O Sol entra com um estocada pelas frestas da janela....E intimida os olhos cansados que se fecham....Por algumas horas.

Quando se abrem, é o corpo que perdeu a vontade de se movimentar....E a maldita cabeça reproduz partes do diálogo, ou monólogo da noite anterior......Algumas risadas sinceras passam do rascunho aos lábios, e uma inesperada sensação de felicidade toma conta do ser....

Está pronto mais um capítulo a ser contado e discutido naquela mesma mesa de bar...Mais um motivo para pescar algumas memórias e perceber que nada daquilo faz sentido algum.....mas, principalmente, mais um motivo para se sentir bem ! Muito bem !

O nobre sentimento de bem estar não é uma ilusão, afinal, nada melhor que compreender as pessoas....Entender que são todas, quase, iguais.....Quase iguais a você....E que você nunca poderá exigir mais do que um mortal e errante ser humano pode dar....

"Quanto mais eu penso, menos eu preciso"........como diria um amigo meu......

quarta-feira, 5 de julho de 2006

As pequenas grandes coisas na vida de um homem !



Eventualmente a criatividade resolve tirar algumas horas de folga, às vezes dias, ou até semanas...E em alguns casos, aliás, muito por acaso, nós a encontramos de havaianas e sorridente em algum outro blog que não o nosso.

Neste caso, a minha estava hospedada no
http://ilustredesconhecido.zip.net, este por sinal, a residência da criatividade do Sr. Marcos Thadeu, o Joel, um grande amigo. Nesta noite tive o prazer de ler seus três últimos posts, e quando me dei conta, dois deles tratavam de um assunto que, entre outras coisas, roubou de maneira imutável nossos pobres corações, além do paladar, é claro.

Trata-se de ninguém mais, ninguém menos, que o apreciadíssimo Whisky. Sim Whisky. Whisky, sim!

Assim como existem teorias divergentes para a criação, ou surgimento do universo, o whisky, não menos importante, também tem sua origem questionada. Para comprovar tal fato, basta utilizar 30 minutos do seu tempo livre em buscas no Google que você irá encontrar, pelo menos, quatro boas teorias para a fabricação desta iguaria.

Eu prefiro continuar acreditando numa teoria elaborada pela minha própria imaginação...De que pequenos duendes irlandeses, que migravam para a Escócia, para amenizar as geadas que enfrentavam em suas jornadas, resolveram destilar a cevada para ver no que resultava....!

Desde que provei da bebida pela primeira vez, anos e anos atrás, eu me encantei, me apaixonei. Mesmo admitindo que no início, o mesmo demonstrava-se forte, com teor alcoólico elevado, e com uma amargura questionável.

Influenciado em grande parte pela família (pai, primos e tios), inclui o whisky em meu cardápio, e do mesmo, o drink nunca mais saiu. Com o passar de primaveras, meu conhecimento sobre o produto foi expandindo, e hoje, sou um bebedor maduro o suficiente pra saber que whisky de qualidade deve ser tomado com apenas uma pedra de gelo ( no máximo) e a degustação de whisky nacional só é aceitável mediante comprovação de RENDA INSUFICIENTE !

Talvez seja uma colocação óbvia e redundante, mas o Whisky é o melhor alcoólico já produzido, e completamente incomparável com qualquer outra substância que se encontre no estado químico sólido.

Errados estão aqueles que pensam que a iguaria é destinada a cornos não alcoólicos, que resolvem afogar as mágoas eventualmente , ou socialites , que jamais saberão o verdadeiro significado do tesouro que possuem mergulhado em formas de gelo dentro de um copo (de cristal).

Enganados também, estão aqueles que relacionam a bebida ao status e à imagem. Ao contrário do que imaginam, a bebida é um ícone agregador.

Minha última dose de um destes deve estar completando duas semanas e alguns dias, mas isto não me deixa triste, de forma alguma. A iguaria é como uma mulher. Por mais que 15 dias estejam nos separando, eu estou me preparando para reecontrá-lo. Para causar uma boa impressão. Hoje fui ao barbeiro, comprei um novo perfume e , se a balança não mentiu pra mim, perdi 1 quilo esta semana. Estou mais sentimental do que nunca e não fumo um cigarro sequer sem pensar nele! E tudo isso, simplesmente porque amanha pode ser o nosso reencontro. Quando o mesmo escorregará de forma sutil e delicada por todo meu aparelho digestivo, e o seu gosto ficará gravado em meus lábios, até o próximo encontro....

terça-feira, 27 de junho de 2006

Apartamento 12

Grande parte dos nossos semelhantes ─ quando descrevem uma ocasião para espairecer e relaxar ─ citam uma praia maravilhosa, com aguas claras, contrastando com o pôr ou nascer do Sol, deserta (de preferência), com uma vasta visão do horizonte sob a superfície do mar, a brisa na face, o céu aberto, o ar fresco...Quando o cenário muda, poucas características diferem.

O segundo lugar no Ibope para a auto-reflexão do ser humano é das montanhas. Sem dúvida....Parece ser o único refúgio para quem foge da praia descrita acima. Tocar as nuvens, respirar um ar mais puro, abrir os braços para sentir-se livre e olhar para o mundo abaixo dos próprios pés.....Que maravilha !

Já que na minha modesta opinião ambas as situações são completamente "farofa", comecei a imaginar diversas outras situações que fossem capazes de repousar meu corpo e alma.

Dez minutos depois já havia cruzado o mundo. Passei semanas em castelos medievais na Escócia tomando o mais puro Whiskie e comendo as mais gordurosas carnes (limpando a boca com a toalha que cobria a mesa de madeira, é claro). Isso é que era tranquilidade.
obs: A toalha tinha o brasão da minha família, e meu nome bordado bem na ponta.

Em seguida fui para o Tibet. Mas lá fiquei por apenas dois dias, afinal, minha viagem estava apenas começando, e eu ainda estava muito excitado para aceitar que meu espírito encontrasse a verdadeira felicidade.

Optei por relaxar na Austrália, em campos abertos, onde poderia estacionar meu trailer e conviver com os cangurus. Apenas eu e eles. Nesse momento cheguei a uma conclusão que pode revolucionar o envolvimento do homem com o meio em que vive. As pessoas que consideram o cachorro, como o melhor amigo do homem, definitivamente não conhecem os cangurus. Quanta fidelidade !

Mas eu me cansei...E aluguei uma quarto-cozinha em Havana. Viva la revolución! Sin perder la alegria jamás! Isso sim é vida! Os charutos me ajudaram a esquecer um pouco o calor, e poucos dias foram suficientes para que eu saísse de lá renovado. Me sentia uma outra pessoa.

Voltando para casa, comecei a reorganizar minha vida, colocar as coisas no lugar, ligar para as pessoas comunicando meu retorno, coisas do tipo. Liguei para a pizzaria e pedi meia portuguesa meia calabresa e uma coca-cola light, para matar a saudade. Liguei o rádio para ouvir o jogo do Palmeiras, fiquei mais de 30 minutos no chuveiro, sentei em frente ao computador para escrever, tomei algumas cervejas de madrugada na varanda, olhando para o estacionamento de visitantes. Realizava a travessia quarto-cozinha semi nú, sem o menor problema. Cochilava a tarde na cama e dormia a noite no sofá...

Quando me dei conta, havia uma semana que retornara de viagem, e não havia colocado os pés pra fora de casa...

Cheguei a conclusão de que para sentir a verdadeira liberdade, paz, descanso e reflexão, não há lugar melhor que a minha casa!

terça-feira, 20 de junho de 2006

Opa ! Anota mais um aê !

Uma das memórias que você guarda da infância, provavelmente é aquele papo de colecionar flores e espinhos no céu, oriundos de nossas boas e más atitudes. Lição de casa feita valia uma florzinha no céu, florzinha esta que se anulava imediatamente com o espinho adquirido por recusar abobrinha refogada na hora do almoço. Ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua era medalha de ouro na certa! Três flores! Se bem que isso é balela, pois não conheço um idoso sequer que seja louco o suficiente para confiar seus frágeis ossos a um aspirante à adolescente.

Enfim...

Você já imaginou papai do céu contando cada flor e espinho que conquistamos a cada dia de nossas vidas? Puta que pariu! O bicho deve ficar louco! Agora...Se isto é verdade, gostaria de saber como faço pra adquirir o regulamento dessa brincadeira! Afinal, se o Todo Poderoso pode brincar de analisar o meu dia-a-dia, eu tenho o direito de saber o que ele leva em consideração!

Se um mendigo qualquer me pede uma dose de pinga, e minha generosidade me impede de lhe dizer não, o TP deveria anotar a maldita florzinha lá pra mim! Mas quem me garante que o safadão tá fazendo isso? Ele pode ser tendencioso, e interpretar que eu prejudiquei o meu semelhante servindo-lhe uma substância que em breve acabará com sua vida. E sendo assim, minha valiosa rosa em um piscar de olhos se transformaria num maldito espinho cravado no meu rabo!

Quantas garrafas de cerveja nós poderíamos tomar diariamente antes que o TP nos erguesse o espinho da vagabundagem? ou do vício?
Bom...é melhor deixar este aspecto de lado, porque se formos recriminados a cada trago ou gole, o céu seria uma enorme estufa de cactos!

Já que chegamos a conclusão de que certos assuntos deveriam estar fora do placar geral, vamos aproveitar e desconsiderar os sete pecados capitais...Porque no mínimo, você é um filho da mãe, preguiçoso, que não para de imaginar a mulher do camarada pelada e vende até a alma pra ter dinheiro na vida!

Vamos ao que está em jogo! O que vale realmente são as nossas intenções, e não nossas atitudes!
Tá bom...não é verdade...Alguém já deve estar pensando que de boas intenções o inferno está cheio!

Então...Veremos por outro ponto de vista! Se eu fizer você sorrir, florzinha pra mim! Se fizer você chorar, espinho!
Se bem que aí fica complicado porque eu poderia fazê-lo chorar de rir...E isto iria virar uma grande bagunça!

Por falar em bagunça, eu imagino como estejam as minhas anotações lá em cima...tenho certeza que foi o TP que inventou o Post-it...Pois pra remarcar cada atitude que eu tomo, e volto atrás...
E vou além...ele deve pagar alguém pra fazer hora extra e ficar me vigiando...

Não vejo a hora de me chamarem para conferir o score:

- Sr. VitorGiglio, infelizmente o seu número de espinhos excedeu nosso limite diário, por favor, volte a cometer atitudes estúpidas apenas amanha (algo tipo hotmail, deu pra sacar?)

ou

- Sr. Vitor Giglio, é com prazer que lhe oferecemos um buquê, pois suas flores já não cabem mais no Paraíso!

Tá certo! Existe a possibilidade de tudo isso ser apenas mais uma mentira que os adultos nos contavam para nos educar na infância. Mas se por acaso existirem flores e espinhos em nosso profile, é bom ficar esperto, pois uma dia você mesmo poderá se assustar quando descobrir quem realmente é!

domingo, 11 de junho de 2006

Beleza é sim fundamental !

Estava atingindo a inércia total neste melancólico final de domingo quando me deparei com minha fabulosa cartela de diclofenaco potássico*. Esta droga foi utilizada por mim dias atrás para combater a última de minhas constantes dores de garganta. Mas o que realmente me chamou a atenção foram os comprimidos.

Neste caso, os mesmos se encontram num formato arrojado, moderno e de extremo bom gosto. Vermelinhos, minúsculos, arredondados, leves e discretos. Faz muito tempo que não observo algo realmente bonito, charmoso, que cause tanto interesse e desperte tamanha curiosidade...

Acreditaria prontamente se alguém me informasse que os mesmos foram estilizados por Alexandre Herchcovitch e que fazem parte da mais nova coleção "Saia da amigdalite e entre na moda".

Após alguns instantes de excitação com a beleza da drágea, subitamente, em minha mente, vagaram aspirinas, tylenóis, dorflex e outros componentes da família dos remédios baratos que realmente funcionam.

Como são vistosos...Cheios de graça...

E isso trantando-se apenas de comprimidos. Mas e quando temos a sorte de nos medicarmos com cápsulas? Isso é que é a psicodelia expressada no mundo moderno. Quanta cores, quanta harmonia, quanta vibe.

Gostaria de, em um dia qualquer, poder bater um papo informal com qualquer suejito que tenha o poder para opinar na confecção destes. O cara deve ser completamente louco! Já pensou passar noites em claro, imaginando qual serão as cores da cápsula de um laxante recém importado da Bélgica ? Ou se as extremidades de um antipirético devem ser completamente ovais, ou apenas um pouco ovais?

E se existir uma grande conspiração por trás de tudo isso? Já ouvi dizer que tomar comprimidos vermelhos ajudam a circulação. Mas e os azuis ? Será que fazem mal pro fígado? E os verdes? Sem dúvida, os verdes atacam o sistema nervoso...Outro dia estava prestes a dormir e ouvi algo parecido no Fantástico.

Prometo me aprofundar no assunto. Mas por enquanto chega! Estou ficando louco! Preciso de um destes...

* Diclofenaco Potássico ou Cataflam
- Fórmula:Comprimido revestido - 50mg Solução injetável - 25mg/ml Suspensão oral - 15mg/ml (diclofenaco resinato)
- Indicações:Tratamento sintomático a médio e longo prazo de doenças reumáticas crônicas, como artrite reumatóide, osteoartrite, espondilite anquilosante e doenças correlatas do tecido conectivo. Tratamento de lesão musculoesquelética. Dor e inflamação de pós-operatório. Dismenorréia primária e anexite. Síndromes dolorosas diversas (nevralgia cérvico-braquial, cervicalgia, lombalgia, ciática, etc.). Adjuvante no tratamento da dor e inflamação na faringo-amigdalite, sinusites e otites.

Sim, o começo do fim !

Tantas foram as emoções vividas, os sentimentos compartilhados e as atividades exercidas ─ nestes mais de 20 anos de carreira existencial ─ que venho por meio desta compartilhar minha indiferença com todos vocês!
A partir de hoje, estarei de forma não-linear, e aleatória, publicando alguns textos de autoria própria para consumo e deleite de meus ainda não-existentes leitores!
Tudo o que não for pauta das grandes massas será abordado e trabalhado aqui, de modo que este blog torne-se mais uma opção de cultura inútil para os preguiçosos e alienados de plantão.
Espero que suas visitas se tornem constantes, e venham acompanhadas de comentários, desabafos, críticas, sugestões e qualquer outro tipo de expressão sem fundamento ou mesmo cabimento.
Um grande abraço a todos!