quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Retomando o meu espaço


Muitas coisas aconteceram desde o dia 26 de Setembro de 2008. Foram exatos 23 meses de ausência, longe de vocês, meu poucos e fiéis leitores pelos quais tanto prezo. Não é preciso explicar os motivos do abandono, mas sim os da volta.
Volto a escrever neste pequeno espaço que me pertence pois a mente já não mais suporta permanecer calada.
Quando se trabalha escrevendo é preciso também escrever para se libertar.
Como um psicólogo que obrigatoriamente frequenta outro.
Trabalhar com palavras te coloca cada vez mais em uma caixinha minúscula, e não poder escrever sobre outros assuntos, quaisquer que sejam, é como aceitar o aprisionamento eterno nesta maldita caixinha.
Sejam bem vindos, novamente, à Cartela Vazia.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Tic-tac...tic-tac...tic-tac

Tanto tempo assim. Quatro dias e mais alguns pares de horas. Muito tempo. Tempo o suficiente para trocar de emprego, mudar de casa, viajar pra qualquer canto do país, terminar um romance e engatar outro, escrever uma revista inteira, ler um livro, ou dois, tomar uma geladeira de cerveja, ficar rico, conseguir um novo passaporte, conhecer alguém, enterrar outro.

Mais de 100 horas, divididas em quatro manhãs e quatro noites. Mas nem tive tempo para prestar a atenção na regência da Lua ou do Sol, pois só o ponteiro do relógio me interessava. Não me lembro o que comi, nem quantas vezes tomei um banho e escovei os dentes. Não me lembro das roupas que usei, nem mesmo das besteiras que disse entre os 21 chopes que tomei. Não me lembro das questões do trabalho que resolvi, nem mesmo das horas de trânsito congestionado que enfrentei.

Acho que estava muito ocupado. Sim, estava! Lembrando dos últimos minutos da manhã de segunda em que tudo parecia sob controle, com você apressada na mesa do café, me apressando para darmos no pé.

Ocupei-me ao lembrar também que tentava a todo custo decorar o caminho do seu ganha-pão. Mas sempre me distraía porque não perdia uma oportunidade de vê-la pelo retrovisor, sua cara de sono olhando pra mim. Tão linda!

Dali em diante algo mudou. Não entre nós, mas nas cores do mundo, que perderam o lugar para o preto e o branco. Na minha pele, que sente falta da ponta dos seus dedos. Na minha cama, que nunca pareceu ser tão grande, na minha memória, que não me deixa lembrar de mais nada que não seja você.

Você pode até achar que esta é uma bonita declaração de amor, mas não é isso o que eu vejo. O que leio em minhas próprias palavras é um desesperado grito de saudades de quem já passou tempo demais sem estar ao seu lado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A terça-feira se foi

Às vezes o sol parece raiar sem deixar uma brecha para a obscura luz do luar. E os lábios riem, sem deixar um canto de boca para abrigar as caídas lágrimas. Tudo é tão verde, e azul, que a cabeça pena para distinguir a realidade do imaginário.

Dia após dia esperamos sentados o dia em que as coisas reencontrarão seu caminho natural. E a garoa e os ventos fortes assolarem algumas gélidas manhãs. Mas este dia não chega. Então nos deitamos e nos beijamos. Aproveitando os últimos minutos de mais um dia, esperando que talvez o amanha, coloque novamente nossos pés no chão.

E, mais uma vez, este dia não vem. Então damos as mãos e passeamos, em busca de algo que nem mesmo sabemos o que é. E quando conversamos, discutimos se o tal dia chegará para nós. Difícil é entender, e admitir, que no fundo, talvez estejamos realmente ansiosos para que este dia chegue. Porque aí será mais fácil encontrar palavras para explicar o que até agora não conseguimos.

Enquanto aguardamos o tapa na cara do destino, sinto falta de sentar naquela varanda e cantar que a terça-feira se foi com o vento, o mesmo que levou meu amor. Sinto falta de não ter pena de mim e sinto falta de pensar que algo me falta. Mas de tanto sentir falta, me pego sentindo falta de você.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Segunda vida

Não tem jeito. A popularização das ferramentas de comunicação utilizadas na Internet é resultado de muitos acordos comerciais e também do pioneirismo na utilização de novas tecnologias, ou no aprimoramento delas. É fato que a aceitação por parte de uma sociedade está diretamente ligada à sua cultura – ou falta de – e só isso explica o sucesso inquestionável de determinados programas em uma nação. Em uma mesma nação que simultaneamente rejeita um outro utilitário semelhante.

Longe do saudosismo ou até mesmo da adoção de práticas infantis para atrair a atenção de meus “amigos” da rede, cheguei à conclusão de que estava saturado do Windows Live Messenger, o antigo MSN. A ferramenta que, tempos atrás, era utilizada como forma de integração e lazer (talvez o objetivo pelo qual ela teria sido criada) passou a ser usada de tempos pra cá apenas como distração para os dias mais ociosos de expediente.

No conforto de minha cama, onde repousa ao lado meu computador, por exemplo, o Messenger passou a ser um filho rejeitado pelo patriarca. No auge dos finais de semana mais inúteis e sem graça que um ser humano pode ter, me dava ao luxo de, no máximo, deixar na opção “aparecer offline” para quem sabe, talvez assim, pudesse lembrar de algo para dizer a algum ‘Pedro Henrique e Vanessa juntos para sempre” ou “Carnafacul sabadão hein, galera!”.

No mesmo páreo do desinteresse pela utilização da ferramenta, vem o primo mais famoso da classe. O viciante Orkut. Que cada vez me deixa mais e mais indagado. Vamos partir de um princípio básico. Em qualquer interação social, em qualquer diálogo, tudo o que é dito é peneirado pela massa cinzenta que carregamos acima de nossos belos olhos claros. Tá certo! Exceção feita aos momentos em que depositamos uma grande quantidade de álcool em nossa corrente sanguínea. Mas mesmo assim, ainda acho que só falamos ‘aquilo que pode ser dito’. Espero que tenha entendido. Aquilo que pode, não necessariamente o que deve ser dito.

E nesse infinito universo on line (olha a propaganda) não é diferente. Você só mostra ao mundo aquilo que deseja que o mundo veja. Se você é uma popozuda arretada, vai colocar seu bumbum lá para que nós possamos ver e elogiar. Se você acha que tem um bumbum tão bonito assim, mas não o exibe, é porque tem medo de ter esquecido de tirar aqueles furinhos de baixo da banda esquerda no Photoshop. E que essa pequena celulitezinha vire uma comunidade futuramente. Não é?

Piores aqueles que fingem não estar nem aí... Sim! Fingem! Como é então que se explica que um sujeito utiliza uma ferramenta mundial (hoje praticamente nacional) de comunicação, coloca fotos dos pais, irmãos, namorada, tio, tia, cachorro, da garçonete gostosa, dos amigos pelados e restringe a visualização de suas fotos e recados a um seleto grupo de pessoas?

Que Orkut chato! Não deveria dar esta possibilidade a seus usuários, Sr. Google. Ou é ou não é! Acho o cúmulo do ainda não sei o que alguém reclamar que não tem privacidade no Orkut. Pêra aí, filho! Está lá pra quê? Quando eu vou pro bar eu bebo, quando vou pra igreja rezo, quando vou pra guerra eu luto. Quando eu entro no Orkut eu mostro. Não sei quem está ficando mais chato hoje em dia. Se as facilidades oferecidas por estes meios de comunicação ou as pessoas. Acho que um depende do outro.

É por estas e outras que planejo minha aposentadoria destes passa-tempos. Queria mesmo é usar só o ICQ. Nem que fosse para falar apenas com cinquentonas de Oslo ou jovens belgas num ciber-café de Bruxelas. Acho que eles teriam muito mais coisas pra contar, e mostrar, do que eu realmente poderia ter como oferta daqueles que contam um segredo via scrap e não quer que todos saibam.

Enquanto isso continuo on line no MSN das 11h00 às 18h00 de segunda a sexta e acesso diariamente o Orkut. Procurem lá. Vitor Giglio. Mas minhas fotos e scraps estão disponíveis para visualização apenas para quem faz parte da minha lista de amigos.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Versão Giglística

Temos visto tempos realmente difíceis
Mas espero que o pior tenha ficado pra trás
Ainda há de vir o tempo em que seremos pegos em algum lugar entre o paraíso e o inferno.
Mas é certo que nós acharemos nosso próprio caminho pra casa.

E então, iremos cantando bem alto todas as músicas que conhecemos
E então, ninguém poderá nos deixar pra baixo.

É por isso que quem pouco se importa para que os outros digam irá viver e amar até morrer.
Toda vez que ouvir esta canção tenha certeza que não estará sozinha

♪ Hot Water Music – Our Own Way♪