sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Tic-tac...tic-tac...tic-tac

Tanto tempo assim. Quatro dias e mais alguns pares de horas. Muito tempo. Tempo o suficiente para trocar de emprego, mudar de casa, viajar pra qualquer canto do país, terminar um romance e engatar outro, escrever uma revista inteira, ler um livro, ou dois, tomar uma geladeira de cerveja, ficar rico, conseguir um novo passaporte, conhecer alguém, enterrar outro.

Mais de 100 horas, divididas em quatro manhãs e quatro noites. Mas nem tive tempo para prestar a atenção na regência da Lua ou do Sol, pois só o ponteiro do relógio me interessava. Não me lembro o que comi, nem quantas vezes tomei um banho e escovei os dentes. Não me lembro das roupas que usei, nem mesmo das besteiras que disse entre os 21 chopes que tomei. Não me lembro das questões do trabalho que resolvi, nem mesmo das horas de trânsito congestionado que enfrentei.

Acho que estava muito ocupado. Sim, estava! Lembrando dos últimos minutos da manhã de segunda em que tudo parecia sob controle, com você apressada na mesa do café, me apressando para darmos no pé.

Ocupei-me ao lembrar também que tentava a todo custo decorar o caminho do seu ganha-pão. Mas sempre me distraía porque não perdia uma oportunidade de vê-la pelo retrovisor, sua cara de sono olhando pra mim. Tão linda!

Dali em diante algo mudou. Não entre nós, mas nas cores do mundo, que perderam o lugar para o preto e o branco. Na minha pele, que sente falta da ponta dos seus dedos. Na minha cama, que nunca pareceu ser tão grande, na minha memória, que não me deixa lembrar de mais nada que não seja você.

Você pode até achar que esta é uma bonita declaração de amor, mas não é isso o que eu vejo. O que leio em minhas próprias palavras é um desesperado grito de saudades de quem já passou tempo demais sem estar ao seu lado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A terça-feira se foi

Às vezes o sol parece raiar sem deixar uma brecha para a obscura luz do luar. E os lábios riem, sem deixar um canto de boca para abrigar as caídas lágrimas. Tudo é tão verde, e azul, que a cabeça pena para distinguir a realidade do imaginário.

Dia após dia esperamos sentados o dia em que as coisas reencontrarão seu caminho natural. E a garoa e os ventos fortes assolarem algumas gélidas manhãs. Mas este dia não chega. Então nos deitamos e nos beijamos. Aproveitando os últimos minutos de mais um dia, esperando que talvez o amanha, coloque novamente nossos pés no chão.

E, mais uma vez, este dia não vem. Então damos as mãos e passeamos, em busca de algo que nem mesmo sabemos o que é. E quando conversamos, discutimos se o tal dia chegará para nós. Difícil é entender, e admitir, que no fundo, talvez estejamos realmente ansiosos para que este dia chegue. Porque aí será mais fácil encontrar palavras para explicar o que até agora não conseguimos.

Enquanto aguardamos o tapa na cara do destino, sinto falta de sentar naquela varanda e cantar que a terça-feira se foi com o vento, o mesmo que levou meu amor. Sinto falta de não ter pena de mim e sinto falta de pensar que algo me falta. Mas de tanto sentir falta, me pego sentindo falta de você.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Segunda vida

Não tem jeito. A popularização das ferramentas de comunicação utilizadas na Internet é resultado de muitos acordos comerciais e também do pioneirismo na utilização de novas tecnologias, ou no aprimoramento delas. É fato que a aceitação por parte de uma sociedade está diretamente ligada à sua cultura – ou falta de – e só isso explica o sucesso inquestionável de determinados programas em uma nação. Em uma mesma nação que simultaneamente rejeita um outro utilitário semelhante.

Longe do saudosismo ou até mesmo da adoção de práticas infantis para atrair a atenção de meus “amigos” da rede, cheguei à conclusão de que estava saturado do Windows Live Messenger, o antigo MSN. A ferramenta que, tempos atrás, era utilizada como forma de integração e lazer (talvez o objetivo pelo qual ela teria sido criada) passou a ser usada de tempos pra cá apenas como distração para os dias mais ociosos de expediente.

No conforto de minha cama, onde repousa ao lado meu computador, por exemplo, o Messenger passou a ser um filho rejeitado pelo patriarca. No auge dos finais de semana mais inúteis e sem graça que um ser humano pode ter, me dava ao luxo de, no máximo, deixar na opção “aparecer offline” para quem sabe, talvez assim, pudesse lembrar de algo para dizer a algum ‘Pedro Henrique e Vanessa juntos para sempre” ou “Carnafacul sabadão hein, galera!”.

No mesmo páreo do desinteresse pela utilização da ferramenta, vem o primo mais famoso da classe. O viciante Orkut. Que cada vez me deixa mais e mais indagado. Vamos partir de um princípio básico. Em qualquer interação social, em qualquer diálogo, tudo o que é dito é peneirado pela massa cinzenta que carregamos acima de nossos belos olhos claros. Tá certo! Exceção feita aos momentos em que depositamos uma grande quantidade de álcool em nossa corrente sanguínea. Mas mesmo assim, ainda acho que só falamos ‘aquilo que pode ser dito’. Espero que tenha entendido. Aquilo que pode, não necessariamente o que deve ser dito.

E nesse infinito universo on line (olha a propaganda) não é diferente. Você só mostra ao mundo aquilo que deseja que o mundo veja. Se você é uma popozuda arretada, vai colocar seu bumbum lá para que nós possamos ver e elogiar. Se você acha que tem um bumbum tão bonito assim, mas não o exibe, é porque tem medo de ter esquecido de tirar aqueles furinhos de baixo da banda esquerda no Photoshop. E que essa pequena celulitezinha vire uma comunidade futuramente. Não é?

Piores aqueles que fingem não estar nem aí... Sim! Fingem! Como é então que se explica que um sujeito utiliza uma ferramenta mundial (hoje praticamente nacional) de comunicação, coloca fotos dos pais, irmãos, namorada, tio, tia, cachorro, da garçonete gostosa, dos amigos pelados e restringe a visualização de suas fotos e recados a um seleto grupo de pessoas?

Que Orkut chato! Não deveria dar esta possibilidade a seus usuários, Sr. Google. Ou é ou não é! Acho o cúmulo do ainda não sei o que alguém reclamar que não tem privacidade no Orkut. Pêra aí, filho! Está lá pra quê? Quando eu vou pro bar eu bebo, quando vou pra igreja rezo, quando vou pra guerra eu luto. Quando eu entro no Orkut eu mostro. Não sei quem está ficando mais chato hoje em dia. Se as facilidades oferecidas por estes meios de comunicação ou as pessoas. Acho que um depende do outro.

É por estas e outras que planejo minha aposentadoria destes passa-tempos. Queria mesmo é usar só o ICQ. Nem que fosse para falar apenas com cinquentonas de Oslo ou jovens belgas num ciber-café de Bruxelas. Acho que eles teriam muito mais coisas pra contar, e mostrar, do que eu realmente poderia ter como oferta daqueles que contam um segredo via scrap e não quer que todos saibam.

Enquanto isso continuo on line no MSN das 11h00 às 18h00 de segunda a sexta e acesso diariamente o Orkut. Procurem lá. Vitor Giglio. Mas minhas fotos e scraps estão disponíveis para visualização apenas para quem faz parte da minha lista de amigos.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Versão Giglística

Temos visto tempos realmente difíceis
Mas espero que o pior tenha ficado pra trás
Ainda há de vir o tempo em que seremos pegos em algum lugar entre o paraíso e o inferno.
Mas é certo que nós acharemos nosso próprio caminho pra casa.

E então, iremos cantando bem alto todas as músicas que conhecemos
E então, ninguém poderá nos deixar pra baixo.

É por isso que quem pouco se importa para que os outros digam irá viver e amar até morrer.
Toda vez que ouvir esta canção tenha certeza que não estará sozinha

♪ Hot Water Music – Our Own Way♪

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O sósia?

Fui acusado de ter saído da cama por volta das 10h15 naquele sábado. Disseram acreditar que fui eu quem entrou naquela padaria, na esquina de casa, e comprou alguns pães e café para o desjejum. Até o Manuel, da portaria, confirmou que era eu a pessoa que entrou no prédio com sacolas de lá. Teve até a ousadia de dizer que eu lhe cumprimentei com um sonoro ‘bom dia’, de sorriso no rosto.

Dizem haver testemunhas de que, naquela tarde, fui visto no parque do Ibirapuera, na companhia de amigos, entre alguns trotes e papos furados intermináveis. Não pude acreditar que até meus amigos confirmaram esta história. Tiveram ainda a ousadia de dizer que deixei o parque para visitar minha mãe, internada ali perto, no Hospital São Paulo, para a retirada de um cisto. Pessoas de lá garantem que o quarto 23 recebeu uma visita naquela tarde. E pior, dizem que eu assinei o controle da recepção e que isso prova minha rápida passagem.

Chegaram até a investigar o meu celular, e dão como certa uma ligação feita para uma menina de Santana por volta das 19h00. Ela não confirmou, nem poderia, tem namorado a rapariga e a questionaram em frente a ele.

Quando me perguntaram se durante aquela noite eu teria passado pela Vila Madalena eu confirmei. Porque passei mesmo, afinal, é caminho para a minha casa. Mas de maneira alguma eu gastei horas ali. No máximo os minutos em que fiquei parado naquela maldita Cardeal Arcoverde.

No auge da loucura, ou no roteiro de uma conspiração, daqueles que me rodeiam, afirmam que as digitais no punhal que acertou 34 vezes aquela moça na madrugada do sábado eram minhas. Ou melhor, de um homem caucasiano, entre 22 e 26 anos, olhos claros, barba e dois brincos na orelha esquerda. O mesmo jovem que havia consumido horas antes dois litros de vodca.

Eu não bebo vodca.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Mais um (dia)

Trivial horário de almoço em alguma editora

Pessoa 1- Estou com problemas digestivos. Aliás, intestinal
Pessoa 2 - Por quê?
Pessoa 1 - Pois não consigo defecar regularmente
Terceiro elemento – Cara! Eu também sofro deste problema de uns tempos pra cá

(após um silêncio constrangedor)

Pessoa 1 – Preciso ir ao Pão-de-Açúcar comprar maionese de leite


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Trivial chegada a uma popular rede de supermercados na capital paulistana

Pessoa 1 – Olha aquela coroa que gostosa
(silêncio)
Pessoa 1 – Aquela ali, olha!
(silêncio)
Pessoa 2 – Sim, ela é coroa e gostosa, mas não é surda, caralho


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Trivial método de efetuar compras em populares redes de supermercado

Pessoa 1 – Acho que estou com um pêlo encravado no saco
Pessoa 2 – Mais um só ou vários?
Pessoa 1 – Acho que só um viu

terça-feira, 27 de maio de 2008

Urgente!

Este blog completa uma semana sem ingerir bebidas alcoolicas. Comemore você também!

Renoir

Renoir. É este o nome que visualizou no letreiro ao ter a porta de seu carro aberta pelo Vallet. Os primeiros passos, ainda desalinhados, representavam a pressa que não tinha, enquanto as mãos passavam a camisa e o olhar perdido procurava por abrigo, que o poupasse da garoa. O relógio fora consultado de minuto a minuto, enquanto a cabeça o lembrava que hora não tinha. A hora estava feita, lá.

As lembranças daqueles muitos meses, que completaram num piscar de olhos poucos anos, o faziam acender um cigarro atrás do outro, como necessidade, não vício, para quem estava prestes a adentrar o recinto. Naquela noite fria de São Paulo, preto era o tom das mulheres, e todas o faziam lembrar de quem ainda era a sua dama, que de preto fazia o universo parar.

Quando o papo furado com a hostess se deu por encerrado, eis que ao primeiro saguão, o bar, ele se dirigiu. Nada de uísque, sem motivos, sem mesmo saber que se anunciava uma noite de mudanças, apenas goles amargos de um bom e velho vinho seco e umas beliscadas em pastas no pão-italiano.

Coragem não lhe faltava, pois aprendera desde pequeno que medo não era a maior fraqueza de um homem, pois homens não tinham medo. Como nem todas as lições foram absorvidas com o passar dos anos, lá se foi. Rumo à mesa 23, previamente reservada. Para seu espanto, nada lá havia, mas sentou-se mesmo assim.


Nos mesmos segundos que gastou para procurar um número em seu aparelho celular, foi abordado por outra gentil funcionária do local. “Senhor, se não for incomodá-lo, poderia me acompanhar um instante”, interpelou.

E atrás daquela bela e educada estranha foi até a porta da cozinha, para ouvir, sem rodeios, que a pessoa que o aguardara por cerca de duas horas naquela mesa havia ido embora, exaltada, mas não antes de providenciar que um bilhete fosse entregue nas mãos de quem se atrasara. Gentilmente agradeceu, mas antes mesmo de abri-lo, pegou seu carro e foi para o velho bar de todos os dias.


Com o bilhete no bolso do casaco, não hesitou em engolir todas as doses de uísque que não foram tomadas em sua vida até aquele momento. No meio desta viagem, teve tempo até para conseguir o telefone de uma rapariga que dançava oferecidamente mesas à frente.

De volta à sua velha rotina, com o prêmio de ter conseguido retornar sozinho à porta do elevador de serviços de seu condomínio, lembrou-se do bilhete que havia recebido horas atrás. Mas mesmo com a certeza de quem havia escrito e do que se tratava, apenas para remoer um pouco mais aquele monstro que o angustiava e que, por sinal, ele mesmo havia criado, resolveu abri-lo.

- Por estas e muitas outras é que estou com ele. Se tiver a capacidade de ler este bilhete enquanto estiver sóbrio, me ligue.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A importância do lead, título e olho

Não existe fórmula correta para dispensar alguém. Nestas horas, as mentiras tornam-se um forte aliado. Rápidos, diretos, eficientes. Quando falamos então de alguém profissional no assunto, a chance de êxito é surpreendente. É óbvio que o dom da mentira perfeita pode ser questionado como uma falha de caráter, mas é preciso admitir que todos já passaram por esta situação e, inevitavelmente, acabam por utilizar suas mais latentes qualidades para chegar aonde se quer.

Sinto não conhecer as desculpas mais utilizadas por profissionais da saúde, nem dos precisos matemáticos de exatas, mas, ao mesmo tempo, sinto muito, mas muito mesmo, por conhecer as clássicas presepadas de profissionais da comunicação, em especial, uma classe não tão rara de usurpadores e esquizofrênicos por conveniência denominados jornalistas.

É tudo muito simples. Estes seres, que geralmente usam camisas xadrez e usam óculos retro contrastando com tênis dos mais modernos, evitam ao máximo o contato através do telefone. As palavras podem pegá-los em um ato falho a qualquer momento, e o raciocínio de quem senta para escrever pode não ser dos mais velozes quando colocados em uma situação que exige resposta imediata. Portanto, evitem resolver qualquer situação pendente com eles através do celular.

O encontro interpessoal é outra convenção moderna demais para os membros da espécie que tem contas a prestar no cartório. Olhos nos olhos é uma intimidação pra lá de dispensável para estes seres. Falar a verdade ou mesmo ludibriar ao vivo, sem cortes, é muita emoção para quem passa o dia entre cigarros, cafés e cervejas. Carta fora do baralho, literalmente.

Mas como no fundo, bem no fundo, todos se reconhecem como seres iguais, nem mesmo o mais insensível dos jornalistas conseguiria deixar alguém sem nem um porque. E é para o momento em que explicações são inevitavelmente necessárias que surge um dos grandes veículos de comunicação da sociedade contemporânea. O e-mail.

De: Vitor Giglio
Para: Regina Almeida
Assunto: Eu não te amo!

Rê, gostaria que você soubesse que eu não te amo!

Grato pela atenção,
Vitor

O conto das mulheres bárbaras


É engraçado vê-la, apressada, atrás do seu próprio final. A sensação é de que nunca está realmente em seu habitat natural. Sempre achei que ‘sem rumo’ era apenas um de seus nomes. O que você faz, e diz, está sempre correto. Mas isto não faz o meu tipo. Era melhor quando você não nos queria tanto.

O que eu quero? É o que queres! Talvez eu não seja um simples egoísta. Com certeza não. Sou um egoísta bem mais complexo.

Vamos lá, me abuse mais um pouco, menina. Se for preciso, mije em sua auto-estima.

Pense nisso!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Aprendiz do amor

Atrasado ele percebeu estar ao ver a noite cair, após sair de um banho gelado e abrir a janela para sentir a brisa. Entre um cigarro e um gole da coca-cola, quente, ficou minutos a escolher entre a camiseta regata branca e outra de manga, vermelha. Eis a única dúvida, pois a calça-jeans e o mizuno branco, surrado, estavam espalhados por ali.

O cabelo, do mesmo jeito de (quase) sempre. A barba, por fazer, acaba por não fazer tanta diferença assim porque, venhamos e convenhamos, ele nem tem tanta barba assim. Ao voltar ao banheiro a primeira grande decisão da noite. Utilizar o perfume trivial ou estrear aquele perfume de embalagem bacana que ganhou no Natal? É fato que a essência nem lhe empolgou tanto assim, mas algo naquele momento dizia que era a hora certa. Uma última olhada no espelho para desejar boa sorte aquele menino bonito que lhe olhava do outro lado e pronto.

Minutos depois já avistava a roda de amigos que lhe aguardava. Todos na esquina, cantarolando breguices românticas. Todos rindo e felizes, assim como ele. Garrafas de vinho prá lá e prá cá enquanto caminhavam sem um rumo certo. Mais do que satisfeitos apenas por estarem juntos, brindando e cantando o prazer existente nas coisas mais simples.

Mas alguém ali no meio tinha um par de olhos com um brilho muito especial. Que pareciam ainda mais vivos e penetrantes quando se encontravam com os dele. Com uma blusa jeans sobreposta a outra branca, ela se aproximou para dividir o ultimo gole de mais uma garrafa. E o tocar das mãos naquela passagem da garrafa havia sido o primeiro da noite.

Mais alguns passos adiante e todos já estavam sentados no píer, aonde passariam as horas restantes para o nascer do sol. Lembranças de outros momentos felizes que se perderam no tempo, brincadeiras infantis (que geraram o segundo toque da noite), mais um bocado de canções que marcaram a todos e pronto. A noite já tinha sido inesquecível. Mais um momento para se lembrar em outros carnavais acabara de acontecer.

Nem o nascer do Sol diminuiu o brilho daqueles olhos, nem a caminhada havia dissipado aquela aroma que ela carregava em seu pescoço e muito menos o movimento, que voltava timidamente a tomar conta da praia, era capaz de converce-lhe de que o dia (ou a noite) tinha chegado ao fim.
Enquanto alguns levantavam e se despediam, ele a aguardava. E quando com a última amiga ela se levantou, era a sua vez. Não era a primeira nem a segunda vez que ele as acompanhava em casa, mas desta vez seria diferente, porque uma esdrúxula desculpa esfarrapada lhe perimitu tocar-lhe os cabelos. O terceiro.


Aquele último quarteirão se aproximava rapidamente, apenas o nervosismo é quem crescia ainda mais rápido. Quando se deu conta já estavam no portão. A amiga, um pouco alcoolizada e se desfazendo em sono, logo se despediu e subiu. Sorte dele, que conseguiu concluir a conversa sobre estrelas, que começaram lá no píer, a sós com ela. Na hora dos olhos brilhantes se despedirem dele, um pedido. Para que ela apenas o olhasse, no fundo de seus olhos. E generosamente ela o faz. Mal sabiam eles que pouquíssimos segundos depois, estariam dividindo o primeiro beijo.

Muitos minutos depois ainda o primeiro beijo, sucedido por um carinhoso desejo de boa noite.O sorriso, que já não cabia no peito, quanto mais no rosto, achou o caminho de casa. Logo que abriu a porta encontrou um dos amigos na varanda, o esperando. E é este amigo quem lhe perguntou sobre qual a lição aprendida nesta longa, e maravilhosa, noite que se passara. É quando sem titubear, o apaixonado respondeu: Sim. Que agora eu sei que tenho um perfume da sorte!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

10 coisas...

10 coisas que Vitor Giglio não fará em 2008

- Beber às quartas após ter bebido na segunda e na terça
- Almoçar picanha, costela e bufet completo às 16:30h
- Assistir Two and Half Man, inédito, às 20:30h e a reprise às 23:00h
- Aceitar convites para “uma cervejinha” no copo-a-copo domingo à tarde
- Passar o final do ano com o Tadeu
- Sair com o Tadeu
- Passar horas procurando fotos de Jeanette Dimech idosa na internet
- Compras no Makro
- Fumar Marlboro Light de ressaca
- Comprar outro telefone celular. E se o fizer, deixa-lo em casa, na caixa, junto com o carregador, para evitar furtos e extravios


10 coisas que Vitor Giglio fará em 2008

- Beber às segundas
- Praticar atividades físicas
- Almoçar com mais freqüência, aos domingos, numa cantina na Vila Sônia e convidar pessoas interessantes como companhia
- Ler mais
- Ir com menos freqüência à São Caetano e, quando o fizer, que seja para uma cervejinha no Pavão
- Abandonar o Orkut
- Abandonar o Tadeu
- Aprender a cozinhar algo que não seja macarrão com atum com molho de atum
- Estar, pela primeira vez, na hora certa e no lugar certo
- Fazer mais listas