sexta-feira, 27 de junho de 2008

O sósia?

Fui acusado de ter saído da cama por volta das 10h15 naquele sábado. Disseram acreditar que fui eu quem entrou naquela padaria, na esquina de casa, e comprou alguns pães e café para o desjejum. Até o Manuel, da portaria, confirmou que era eu a pessoa que entrou no prédio com sacolas de lá. Teve até a ousadia de dizer que eu lhe cumprimentei com um sonoro ‘bom dia’, de sorriso no rosto.

Dizem haver testemunhas de que, naquela tarde, fui visto no parque do Ibirapuera, na companhia de amigos, entre alguns trotes e papos furados intermináveis. Não pude acreditar que até meus amigos confirmaram esta história. Tiveram ainda a ousadia de dizer que deixei o parque para visitar minha mãe, internada ali perto, no Hospital São Paulo, para a retirada de um cisto. Pessoas de lá garantem que o quarto 23 recebeu uma visita naquela tarde. E pior, dizem que eu assinei o controle da recepção e que isso prova minha rápida passagem.

Chegaram até a investigar o meu celular, e dão como certa uma ligação feita para uma menina de Santana por volta das 19h00. Ela não confirmou, nem poderia, tem namorado a rapariga e a questionaram em frente a ele.

Quando me perguntaram se durante aquela noite eu teria passado pela Vila Madalena eu confirmei. Porque passei mesmo, afinal, é caminho para a minha casa. Mas de maneira alguma eu gastei horas ali. No máximo os minutos em que fiquei parado naquela maldita Cardeal Arcoverde.

No auge da loucura, ou no roteiro de uma conspiração, daqueles que me rodeiam, afirmam que as digitais no punhal que acertou 34 vezes aquela moça na madrugada do sábado eram minhas. Ou melhor, de um homem caucasiano, entre 22 e 26 anos, olhos claros, barba e dois brincos na orelha esquerda. O mesmo jovem que havia consumido horas antes dois litros de vodca.

Eu não bebo vodca.

Um comentário:

Helder Maldonado disse...

não bebe vodca e não é caucasiano.