terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Aprendiz do amor

Atrasado ele percebeu estar ao ver a noite cair, após sair de um banho gelado e abrir a janela para sentir a brisa. Entre um cigarro e um gole da coca-cola, quente, ficou minutos a escolher entre a camiseta regata branca e outra de manga, vermelha. Eis a única dúvida, pois a calça-jeans e o mizuno branco, surrado, estavam espalhados por ali.

O cabelo, do mesmo jeito de (quase) sempre. A barba, por fazer, acaba por não fazer tanta diferença assim porque, venhamos e convenhamos, ele nem tem tanta barba assim. Ao voltar ao banheiro a primeira grande decisão da noite. Utilizar o perfume trivial ou estrear aquele perfume de embalagem bacana que ganhou no Natal? É fato que a essência nem lhe empolgou tanto assim, mas algo naquele momento dizia que era a hora certa. Uma última olhada no espelho para desejar boa sorte aquele menino bonito que lhe olhava do outro lado e pronto.

Minutos depois já avistava a roda de amigos que lhe aguardava. Todos na esquina, cantarolando breguices românticas. Todos rindo e felizes, assim como ele. Garrafas de vinho prá lá e prá cá enquanto caminhavam sem um rumo certo. Mais do que satisfeitos apenas por estarem juntos, brindando e cantando o prazer existente nas coisas mais simples.

Mas alguém ali no meio tinha um par de olhos com um brilho muito especial. Que pareciam ainda mais vivos e penetrantes quando se encontravam com os dele. Com uma blusa jeans sobreposta a outra branca, ela se aproximou para dividir o ultimo gole de mais uma garrafa. E o tocar das mãos naquela passagem da garrafa havia sido o primeiro da noite.

Mais alguns passos adiante e todos já estavam sentados no píer, aonde passariam as horas restantes para o nascer do sol. Lembranças de outros momentos felizes que se perderam no tempo, brincadeiras infantis (que geraram o segundo toque da noite), mais um bocado de canções que marcaram a todos e pronto. A noite já tinha sido inesquecível. Mais um momento para se lembrar em outros carnavais acabara de acontecer.

Nem o nascer do Sol diminuiu o brilho daqueles olhos, nem a caminhada havia dissipado aquela aroma que ela carregava em seu pescoço e muito menos o movimento, que voltava timidamente a tomar conta da praia, era capaz de converce-lhe de que o dia (ou a noite) tinha chegado ao fim.
Enquanto alguns levantavam e se despediam, ele a aguardava. E quando com a última amiga ela se levantou, era a sua vez. Não era a primeira nem a segunda vez que ele as acompanhava em casa, mas desta vez seria diferente, porque uma esdrúxula desculpa esfarrapada lhe perimitu tocar-lhe os cabelos. O terceiro.


Aquele último quarteirão se aproximava rapidamente, apenas o nervosismo é quem crescia ainda mais rápido. Quando se deu conta já estavam no portão. A amiga, um pouco alcoolizada e se desfazendo em sono, logo se despediu e subiu. Sorte dele, que conseguiu concluir a conversa sobre estrelas, que começaram lá no píer, a sós com ela. Na hora dos olhos brilhantes se despedirem dele, um pedido. Para que ela apenas o olhasse, no fundo de seus olhos. E generosamente ela o faz. Mal sabiam eles que pouquíssimos segundos depois, estariam dividindo o primeiro beijo.

Muitos minutos depois ainda o primeiro beijo, sucedido por um carinhoso desejo de boa noite.O sorriso, que já não cabia no peito, quanto mais no rosto, achou o caminho de casa. Logo que abriu a porta encontrou um dos amigos na varanda, o esperando. E é este amigo quem lhe perguntou sobre qual a lição aprendida nesta longa, e maravilhosa, noite que se passara. É quando sem titubear, o apaixonado respondeu: Sim. Que agora eu sei que tenho um perfume da sorte!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

10 coisas...

10 coisas que Vitor Giglio não fará em 2008

- Beber às quartas após ter bebido na segunda e na terça
- Almoçar picanha, costela e bufet completo às 16:30h
- Assistir Two and Half Man, inédito, às 20:30h e a reprise às 23:00h
- Aceitar convites para “uma cervejinha” no copo-a-copo domingo à tarde
- Passar o final do ano com o Tadeu
- Sair com o Tadeu
- Passar horas procurando fotos de Jeanette Dimech idosa na internet
- Compras no Makro
- Fumar Marlboro Light de ressaca
- Comprar outro telefone celular. E se o fizer, deixa-lo em casa, na caixa, junto com o carregador, para evitar furtos e extravios


10 coisas que Vitor Giglio fará em 2008

- Beber às segundas
- Praticar atividades físicas
- Almoçar com mais freqüência, aos domingos, numa cantina na Vila Sônia e convidar pessoas interessantes como companhia
- Ler mais
- Ir com menos freqüência à São Caetano e, quando o fizer, que seja para uma cervejinha no Pavão
- Abandonar o Orkut
- Abandonar o Tadeu
- Aprender a cozinhar algo que não seja macarrão com atum com molho de atum
- Estar, pela primeira vez, na hora certa e no lugar certo
- Fazer mais listas